Palavras.
Tantas palavras usadas para descrever um momento, alguém, a si mesmo, um sentimento.
Tantos significados, que cada uma delas pode expressar, tantos ramos podem derivar das ideias formadas. Tantas palavras... lançadas ao vento, registradas. São tantas palavras, em louca tentativa de descrever uma ideia, um ideal.
E se não houverem palavras, quando mais precisamos delas?
E se palavras não forem suficientes?
E se palavras mantiverem-se aprisionadas, recusando à ordem de saída, para cumprirem sua função? Será que sentem-se encabuladas?
Há momentos em que não se encaixam palavras, não existem palavras.
E se, apenas se, palavras não forem nem necessárias?
Quando se sente que um olhar diz tudo, um sorriso, um abraço, uma lágrima. Muito mais do que palavras. Muito mais do que mero significado.
Quer dizer, 'eu te amo' se torna bem mais agradável vivido que escrito, 'bom dia' torna-se bem mais agradável desejado do que quando dito apenas por imposição do momento. Um sorriso sincero diz muito mais do que palavras podem descrever em certos momentos. Talvez por deixarem implícito, no ar. Talvez porque obrigam a pessoa a entender além de palavras; lê-las na subjetividade do ato. E captá-las na mesma sintonia que foram emitidas.
Por isso que digo que não sei dizer. Simplesmente, desculpe-me. Há momentos em que, queira ou não, é preciso saber decifrar. Não sei se consta em loucura. Ou falta de habilidade com as palavras. Talvez os dois.
Mas, na minha opinião, elas devem ser usadas quando nada mais consegue expressá-las. E enquanto eu tiver olhos para olhar, uma boca para sorrir e um coração para sentir e pulsar, deixarei que eles se expressem.
E também porque... o silêncio às vezes diz mais que mil palavras.
Entre dois amigos, um olhar é suficiente para expressar exatamente o que se quer dizer. Para quê palavras?
Se elas restringem tanto um significado....
Às vezes, é melhor menos a mais. E, às vezes, é preciso abrir mão do que não consegue se adaptar. Do que não consegue decifrar. Do que se encontra em uma frequência tão distante que não consegue captar o que foi deixado no ar. Às vezes, meras palavras não são suficientes. E, às vezes, elas não são nem necessárias.
Às vezes, é melhor encerrar antes que depois. Às vezes, é melhor aceitar que omitir. E, às vezes, é melhor nem começar.
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