segunda-feira, 23 de abril de 2012

Trecho de Uma Conversa Qualquer.

"_____ diz (19:50)
como lida com gente que gruda demais? porque eu sei que você é pisciana igual a mim e é de todos e de ninguém ao mesmo tempo -q

Julia . diz (19:50)
IAUSHDIASUHDIASHDUSHD
depende,
que tipo de grude? (...)

_____ diz (19:52)
grude quando é inconveniente. quando a pessoa passa dos limites.
quando acha que amizade ou o que quer que seja tem que ser 24 horas por dia 7 dias por semana

Julia . diz (19:52)
ahh
eu me irrito mt
HAHAHAHA
eu dou a entender que é chato
que vc nao precisa estar sempre pra ser.
e que quando tá sempre, é pq na ausencia nao consegue existir
logo, nao existe
entedeu....?
ahahahah
MUITO FILOSÓFICO

____ diz (19:53)
não entendi a parte da ausencia kk
mas entendi a sua atitude em relação a isso

Julia . diz (19:53)
tipo
se vc precisa estar do lado para ter algum significado
na ausencia vc nao é nada
e como na ausencia vc se torna o que eu acho ou sinto de vc (o que ficou),
vc mesmo na presença pra mim vai continuar sendo nada, só parece ser..
entendeu ?
hahahaha

____ diz (19:54)
uaaau
que incrivel

Julia . diz (19:54)
HAHAHAHAHAH
NÉ."




Não é mesmo incrível como trechos de vida contam tanto sobre nós?

domingo, 22 de abril de 2012

Pus o meu sonho num navio.

    Pus o meu sonho num navio
    e o navio em cima do mar;
    - depois, abri o mar com as mãos,
    para o meu sonho naufragar.
      Minhas mãos ainda estão molhadas
      do azul das ondas entreabertas,
      e a cor que escorre de meus dedos
      colore as areias desertas.
        O vento vem vindo de longe,
        a noite se curva de frio;
        debaixo da água vai morrendo
        meu sonho, dentro de um navio…
          Chorarei quanto for preciso,
          para fazer com que o mar cresça,
          e o meu navio chegue ao fundo
          e o meu sonho desapareça.
            Depois, tudo estará perfeito:
            praia lisa, águas ordenadas,
            meus olhos secos como pedras
            e as minhas duas mãos quebradas.

          (Cecília Meirelles)

          sábado, 21 de abril de 2012

          Check

          I wanted to tell you how I am feeling, but I couldn't find words that fitted.
          I wanted to tell you what I was feeling, but the words I said were not enough.
          I wanted to make every morning perfect, but I found out somehow sun does not always shows up early.
          I wanted to make nights perfect, but I found out somehow things do not always end up as well as they started.
          I wish I could savvy my thoughts and master my mind,
          I wish I could close my eyes and believe
          I wish I could listen and you do not deceive
          I wish I made sense to me and it made sense to be
          And anyhow still
          I wanted to thank you for filling when I gapped it
          I wanted to show you I was also wrong
          And I wanted to be right, being so wrong
          Now I'm just sorry for breeding a sorrow
          That is way too smart at hide and seek
          I am sorry, even if you never listen, even if you never understand it, even if I never say it
          I am sorry and I try
          I swear I try to get that queen's golden crown back
          And never let this giant, blind and bold sorrow
          Checkmate.

          sexta-feira, 6 de abril de 2012

          Pedaço de Mim

          Oh, pedaço de mim
          Oh, metade afastada de mim
          Leva o teu olhar
          Que a saudade é o pior tormento
          É pior do que o esquecimento
          É pior do que se entrevar

          Oh, pedaço de mim
          Oh, metade exilada de mim
          Leva os teus sinais
          Que a saudade dói como um barco
          Que aos poucos descreve um arco
          E evita atracar no cais

          Oh, pedaço de mim
          Oh, metade arrancada de mim
          Leva o vulto teu
          Que a saudade é o revés de um parto
          A saudade é arrumar o quarto
          Do filho que já morreu

          Oh, pedaço de mim
          Oh, metade amputada de mim
          Leva o que há de ti
          Que a saudade dói latejada
          É assim como uma fisgada
          No membro que já perdi

          Oh, pedaço de mim
          Oh, metade adorada de mim
          Leva os olhos meus
          Que a saudade é o pior castigo
          E eu não quero levar comigo
          A mortalha do amor
          Adeus



          (Chico Buarque)

          terça-feira, 3 de abril de 2012

          O Sonho

          Era uma vez um rapaz, que tinha um sonho de mudar o mundo.
          Achou que o sonho era grande demais (convenceram-no disso), então resolveu sonhar em construir um robô. Talvez o robô pudesse mudar o mundo.
          Não sabia construir um robô, e por isso se dedicou aos estudos...
          Ele estudou, comeu, estudou, cresceu, estudou, e nisso esqueceu que tivera um dia um sonho; trabalhou muito, estudando e trabalhando, e envelhecendo, quando já estava cansado demais para construir um robô.
          E então deixou a todos nós, porque já havia tido seu robô, havia sido seu robô.
          Bem... Missão cumprida?