Tudo era tão diferente, estava tão diferente.
Pés, notas, rostos e coisas frisando a cada segundo uma renovada existência. Confusas, as luzes piscavam, estonteantes; finas e despretensiosas, tiras de cores desenhando e redesenhando o semi-escuro do ambiente.
"This is like a flashback, this is like a dream..."
Todos diante do convite do mais hedonístico egoísmo de ser feliz a qualquer custo.
As luzes piscam. Sorrisos apagam e reacendem, olhos reaparecem ora à esquerda, ora à direita.
Tell me if you'll open you eyes...
Mas os olhos viam diferente, então.
As pálpebras optaram por cair suavemente sobre eles, e o sorriso esboçava-se na medida em que as batidas do som confundiam-se com as do coração.
"So I put my faith in something unknown, I'm living on such sweet nothing
But I'm tired of hope with nothing to hold, I'm living on such sweet nothing
And it's hard to learn, and it's hard to love
When you're giving me such sweet nothing"
Não importa mais. O convite foi aceito. Tal proposta revelou-se agradável, afinal.
Não existia mais música, mais coração, era tudo uma só batida. Rostos, olhos, luzes, pés, era tudo uma só realidade. Realidade efêmera, boa, esquisita, divertida, sarcástica. Nova, bem vinda.
Ainda não se sabia bem o que escrever, o que dizer, o que concluir.
Sabia apenas que se estava disposta a vivê-la, e eis que palavras saíram quase que espontaneamente em busca de qualquer significância.
Talvez não sejam necessários motivos ou conclusões. Talvez seja apenas necessário que a realidade se deixe realizar.
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