Porque, sim, permitir-se ao amor era permitir-se ser jovem de novo. Aquela juventude que se entrega sem receios, aquela que sorri ao vento, que relembra vozes antes de dormir e coleciona borboletas no estômago.
Ah! Meu amor... Tudo estava tão colorido, novamente... Porque jogaste água sobre nosso papel? Porque colocaste o espelho frente às rugas de meu coração?
Fizeste dos meus olhos água, de minhas vísceras, pedra, de mim, um velho, novamente.
Meu amor... Não sabes como é tão mais complexo enxergar as reviravoltas da vida com olhos de poesia? Não sabes que o que sinto, escrevo, e o que escrevo, grita?
Ele realmente era um velho, e o redescobrira. Arrancou sua poesia manchada, amassou-a, com rancor. Jogou-a fora, não sem tê-la fitado, perdido, antes; arremessou-a fora. Fechou seu caderno em ímpeto, trancou suas canetas, em uma promessa: nunca mais tentará enganar o tempo. Não serei nunca novo, de novo.
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