domingo, 18 de dezembro de 2016

"Não procure pelo amor...

procure pela verdade. 


Quando você encontrar a verdade, haverá muito amor lá. 

Se você for a procura de amor, você pode distrair-se. 


Deixe o amor encontrar você."

Oceano

O mundo fala de ter razão 

E eu lhe falo de ter motivos 

O mundo pede uma explicação,

Eu respondo que já as tem 


Como tenho?, se lhe pergunto

Tens por dentro, basta calar

Mas o mundo não cala

O mundo não ouve.


O mundo pede uma previsão,

Eu digo que não sei de amanhã;

O mundo diz que sou insensata,

Digo que isso é uma ilusão


O mundo grita,

Eu observo


O mundo diz que sou um barco à deriva,

Respondo que sou o próprio mar;

O mundo diz que não se pode viver

De altos e baixos


Respondo que é só o que tenho.

Água,

Pra mergulhar


O mundo recua

Eu sigo sendo

Oceano.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Abundância

"Sou como uma nuvem carregada de chuva; 

irei banhar todo o lugar - sobre as montanhas, nas ruas, nas casas, nas fazendas, nos jardins. 

Irei banhar todo lugar, porque estou sobrecarregado demais com minha água de chuva. 

Não importa se o jardim merece... Não faço qualquer distinção entre o jardim e as pedras. 

Irei simplesmente chover a partir da minha abundância". 

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

On The Road

Have you been feeling that pull?
And are you hearing that call?
'Cause you've got everything that you need to make a start

I had a dream of my own
Just walking out of my home
And going I don't know where to sing beneath the stars

Your whole life lies ahead
It's just around the bend

So when the sun is coming up and you go
And there's still so many things you don't know
Don't you look back, I've no doubt that I
Will see you on the road

When the world's laying you low
Why don't you let me carry your load?
When things get bad you know you have a friend
All along the road


And I would love it sometime
If you would walk at my side
Going I don't know where to sleep beneath the stars

If in your life you need a hand
Reaching the promised land

Golden light lies ahead
It's just around the bend

When the world's laying you low
Don't you let it rattle your bones
Sometimes a dream itself can keep you safe
All along the road.


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Comparações

"É uma questão de simples entendimento. Não é necessário competir com ninguém. Você é você mesmo; e do modo que é, está perfeitamente bom.
Aceite-se.
É assim que a existência quer que você seja. Algumas árvores são mais altas; outras, mais baixas. Mas as árvores menores não estão tensas; tampouco estão as mais altas cheias de ego. A existência precisa de variedade. Alguém é mais forte que você; alguém é mais inteligente que você; mas, de alguma maneira, você será mais talentoso que outra pessoa.
Apenas encontre o seu talento. A natureza nunca envia um indivíduo sem um dom exclusivo. Procure um pouco. Talvez você seja melhor tocando flauta do que o presidente é atuando como presidente; é um flautista melhor do que ele é presidente.
Não há motivo para comparações. (...)"

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Ser

"Minha posição é que ser é intrinsecamente valioso. O fato de você ser já é uma dádiva da existência, que mais se pode querer? Simplesmente respirar nessa linda existência é a prova suficiente de que a existência o ama, de que precisa de você; do contrário, não estaria aqui. Você é! A existência lhe deu a luz. Devia haver uma falta enorme, e você a supriu. Sem você, a existência seria menor. E quando digo isso, não me refiro só a você, eu me refiro às árvores, aos pássaros, aos animais, aos pedregulhos da Costa. Um único pedregulho a menos na imensa orla marítima e ela não seria a mesma. Uma única flor a menos e o universo sentiria falta dela. (...)"

~ Osho

domingo, 26 de junho de 2016

Brincadeira

Um vez, quando tinha algo em torno de meus sete anos, estava num canto da sala inventando uma brincadeira, como gostava de fazer.
Minha irmã mais nova e sua babá estavam por perto. Como uma boa caçula em formação, ela gostava de replicar cada passo e gesto que eu fazia, e não tardou pra pedir para entrar na minha brincadeira (um tanto autossuficiente).
Eu, entretanto, não queria que ela entrasse na minha brincadeira. Como uma boa irmã mais velha, não gostava de ser copiada, e estava bastante satisfeita no meu cantinho com distrações imaginárias. 
- Não tem como eu te ensinar a minha bincadeira
- Por que não?
- Porque ela não existe

Minha irmã, um tanto inconformada com a minha resposta, foi se lamentar com sua babá: Cibele, a Julia não quer que eu entre na brincadeira dela!
Então Cibele foi me perguntar por que.

- Porque essa brincadeira não existe, não tem como eu ensinar!
Era um tanto de verdade.
- Como que ela não existe? Você não estava brincando?
- É que eu acabei de inventar 
- Ué. Mas você já inventou, então. Tudo que não existe só precisa de um bom inventor! Então ela existe agora!

Naquele momento eu fiquei bem revoltada com essa resposta, porque 1) ela tirou meu argumento para não brincar com a minha irmã; 2) se eu inventei a brincadeira eu deveria ter autoridade sobre ela, no sentido de que ensino pra quem eu quiser.

Mas o que eu não sabia era que 14 anos depois esse episódio traçaria todo um novo significado na minha cabeça.
Hoje eu vejo todas as possibilidades e sonhos com uma brincadeira. A gente quer brincar, mas às vezes não tem muita certeza de que isso existe, ou sequer é possível.
Então eu lembro daquela resposta.
Tudo que não existe só está à espera de um bom inventor.

A gente brinca quietinho da nossa brincadeira imaginária, no nosso cantinho, pensando que ela não é tão real ou materializável.
Mas a gente já tá brincando.
A brincadeira já existe: nós já inventamos.
Todos os nossos sonhos, a partir do momento que os criamos, já passaram a existir. Não tem mais volta. 
Fomos condenados a ser felizes.

domingo, 12 de junho de 2016

Eu acredito no amor. 
É ele o que nos mantém em movimento, em busca de melhorias e renovando esperanças, a fé no futuro, em nós, em Deus, nas pessoas.
Eu acredito no amor porque ele é o único capaz de curar feridas, de fomentar mudanças, de ensinar, de construir. 
Eu acredito no amor incondicional, para aquele que não conhecemos ou não esperamos nada de retorno. O amor sublime a qualquer forma de vida, de expressão, de existência. O amor a ideias, o amor a sentimentos, à liberdade, à vida. 
Eu acredito no amor puro, sem interesses ou apegos, sem cobranças, sem dor, sem sofrimento.
Eu acredito no amor que releva erros, que sorri com aprendizados e que, carinhosamente, nos impulsiona para o caminho certo.
Eu acredito que o amor se constrói. Ele se vai tecendo, pouco a pouco, no nosso íntimo, até que um dia se torne rede e agregue cada vez mais valores que traspassarem nosso coração. 
Vai ficando mais e mais denso, e ao mesmo tempo mais sublime, mais universal, mais inexplicavelmente belo e iluminado.
Eu acredito no amor que é luz. Porque, como a luz, transforma em claridade o obscuro, espanta as sombras e traz o sol à noite, traz a felicidade aos momentos mais sombrios. O amor é capaz de transcender e, como a luz, se propagar, imbatível e inabalável, impetuoso, para onde quer que se direcione. Quanto mais se ama, mais ele se propaga. 
Eu acredito que as pessoas podem se amar e que existe um relacionamento em que haja amor verdadeiro. Um relacionamento não de abdicação, mas de compreensão e cumplicidade. Não de prisão, mas de liberdade e escolhas. Um relacionamento livre e espontâneo.
Eu acredito no amor da entrega, não para tornar-se de outrem, mas para, ao confiar, ser compreendida em essência por outra alma, compartilhar os sentimentos e experiências mais profundas com outra criatura que aceite a sua luz e propague a sua própria, em conjunto.
Eu acredito que o amor, entretanto, possa dizer não, não para punir, mas para educar. Porque o amor também é próprio, e ele não permite sofrimento. O amor, por ser compreensão, compreende que, por vezes, uma incompatibilidade ideológica torna a convivência mais dificultosa. Sem fazer juízo de valor, mas postergando entraves. A tendência é que, amando, a tolerância e empatia cresçam, mas não se pode esperar de outrem o que ele não é capaz de fornecer. Por esse motivo, por vezes, é importante dar a quem se ama o espaço, tempo e liberdade necessários para que reveja seus valores e crescimento próprio. O amor também é isso.
Por fim, acredito que o amor é o que criou tudo. O mundo, os detalhes, os seres. 
O amor é a centelha divina presente em cada criatura capaz de sentir, por isso não há nada mais perfeito e mais sublime que sua expressão, da forma mais pura e elevada que se possa fazê-lo. 
Eu acredito no amor, não porque vejo o amor, não porque recebo o amor, nem somente porque o sinto. Eu acredito no amor porque sou de amor.
E não se pode negar a própria essência.

domingo, 5 de junho de 2016

Alquimia

Hoje faço meu coração de líquido 
Não para que derrame sangue, 
Nem derrame água,
Mas para que transborde

Disso espero uma correnteza
Que, forte, arraste a mim,
Arraste as impurezas,
Arraste você

Hoje eu faço meu peito d'Água,
Para que se tenha cede, (mate)
Se fizer dor, chova

Quero assim portanto agora
Fluido pois quando se molda
Não mais se parte

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Obreiros

Nossos relacionamentos são castelos. 
Temos os castelos da família, dos amigos, do namorado(a), o nosso próprio castelo, enfim, castelos de relacionamentos de todos os tipos que possamos firmar.
Ao longo da vida, nós vamos construindo os nossos castelos conforme as oportunidades nos são dadas.
De que cor? Neutra, vibrante, sóbria? Que material? Resistente, frágil, caro, o primeiro que aparecer? Qual será sua arquitetura? Seu tamanho? O que terá dentro?

Ao longo da vida, nós tomamos diversas escolhas para a construção dos nossos castelos e, assim, ele vai crescendo. 
Eventualmente, o tempo, os ventos, as intempéries vão nos mostrando suas fragilidades. E é nesse momento que a gente se vê de frente a uma das maiores dificuldades em relacionamentos: dedicar tempo às rachaduras.

Nesse momento que o castelo está pendente, nós sabemos que ele tem risco de deixar feridos. Parte de sua construção pode ceder, e se deixarmos várias falhas, ele pode desabar por vez. Tudo, claro, depende do modo com o qual foi construído e reparado, embora mais cedo ou mais tarde até a mais sólida construção, se não sanada em suas necessidades, pode vir a ceder ao tempo.

Eis o fato: o castelo está rachado.
Estamos todos em risco, o castelo está em risco. Nesse momento nós precisamos ter a coragem de entrar, apesar de todos os perigos e medos, e estar de frente à rachadura. Nós precisamos ter a coragem não só de vê-la, como também entendê-la. O que vamos fazer?

Deixamos lá a rachadura? Reparamos a rachadura? Trocamos esta parede? O material? Colocamos novas vigas? Consideramos que é desimportante e inofensiva e vamos embora? 
A cada momento que vemos uma fragilidade, o futuro dos nossos castelos está em jogo; se as deixamos passar ou pegamos esta possibilidade para solidificar nossa construção.

Nesse jogo não jogamos sozinhos. Dependemos de outras pessoas, com quem nos relacionamos, nesta construção. Às vezes um bota uma peça nova, às vezes outro. Às vezes um esburaca um cômodo, às vezes outro. Às vezes um conserta, às vezes outro. E tudo isso é normal, é natural - nosso castelo é uma construção e destruição constante e conjunta.

Precisamos do apoio dos outros. Precisamos de consentimento. Dependemos de atitudes. 
Um castelo com rachaduras se fragiliza ao tempo. Não resiste a ventos fortes, não resiste a tempestades. Quando chove, fica frio. Muito frio. Frio ao ponto de quem está lá, querer sair deste inverno perene, e construir um novo castelo em que seja capaz de aquecer-se. Nossas almas precisam estar quentes.

Quando ignoramos buracos, esquecimentos, rachaduras, poeira, estamos ignorando o frio que dá toda vez que anoitece, que venta, que chove. Estamos deixando nosso castelo que uma vez foi lindo relegado ao tempo, que fatalmente tramará sua demolição. Não podemos deixar nosso castelo ficar frio por muito tempo...

Uma rachadura traduz uma dor, e a única forma de sanar uma dor é amando. Dando amor e recebendo amor. As pessoas do nosso castelo, tendo amor e coragem, nos ajudarão a reparar as rachaduras. Elas entenderão nosso frio (que porventura também é o frio delas) e estarão do nosso lado vendo a melhor forma de tapar cada buraco, selar cada falha, limpar cada cômodo. As pessoas que não têm coragem nos deixarão na área de perigo, reparando tudo sozinhos. 
E as pessoas que não têm amor apenas nos trarão à pele mais e mais inverno.

Amigos, todo castelo apresentará rachaduras um dia. Prestemos muita atenção. Nossos castelos podem parecer robustos, mas haverão momentos de frio. Não deixemos buracos se acumularem. 
Aproveitemos cada oportunidade para criar mais coragem, mais experiência em reparos, levantemo-nos e vamos ao local de risco. 
Na vida estamos sujeitos a riscos constantemente. Não deixem que o risco do frio torne-se o risco de desabar.
Trabalhemos juntos, sempre, com amor e muita coragem. 


Porque ninguém disse que construir castelos lindos é fácil.