segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Colisões

À primeira vista, verde;

À segunda vista, cinza;

Caminhos que, afinal,

Têm verde e têm cinza.

e só conseguimos ver

andando

com passos leves


Estampas através de cada rosto

Que passa

Mais um?

Todos iguais, com estórias diferentes

Por trás de cada contorno 

Um próprio universo 


Os universos ali colidem 

E colapsam 

Em tentativas 

De virar um só 


Da colisão faz-se uma explosão 

Que por vezes cria,

Outras repele,

Por vezes vinga

Por vezes fere


No fim das contas,

Se regeneram

e mostram ao fim

que estrelas

e asteroides 

e luas

São igualmente lindos 

 - precisam ser diferentes


Há uma razão de estarem ali

continuando suas histórias 

e escolhendo crer em mais estórias

cuidando de seus laços


Se há um universo 

Que abrange todos,

é permitido que assim seja.


se há porventura uma colisão

para que se formem novas estrelas,

é porque do caos também nasce luz.


se há uma vida

em que uma só coisa pode ser feita,

talvez seja fazê-la feliz, embora o tempo


porque talvez o caminho seja

esse mesmo,

Caminhar,

para fazer caminho


e colidir

para renascer


e talvez, por trás de tudo

que explode, e muda, e renasce,

e vinga, e cria, e vive,

tudo o que haja

seja isso mesmo;


uma luz 


perene