À primeira vista, verde;
À segunda vista, cinza;
Caminhos que, afinal,
Têm verde e têm cinza.
e só conseguimos ver
andando
com passos leves
Estampas através de cada rosto
Que passa
Mais um?
Todos iguais, com estórias diferentes
Por trás de cada contorno
Um próprio universo
Os universos ali colidem
E colapsam
Em tentativas
De virar um só
Da colisão faz-se uma explosão
Que por vezes cria,
Outras repele,
Por vezes vinga
Por vezes fere
No fim das contas,
Se regeneram
e mostram ao fim
que estrelas
e asteroides
e luas
São igualmente lindos
- precisam ser diferentes
Há uma razão de estarem ali
continuando suas histórias
e escolhendo crer em mais estórias
cuidando de seus laços
Se há um universo
Que abrange todos,
é permitido que assim seja.
se há porventura uma colisão
para que se formem novas estrelas,
é porque do caos também nasce luz.
se há uma vida
em que uma só coisa pode ser feita,
talvez seja fazê-la feliz, embora o tempo
porque talvez o caminho seja
esse mesmo,
Caminhar,
para fazer caminho
e colidir
para renascer
e talvez, por trás de tudo
que explode, e muda, e renasce,
e vinga, e cria, e vive,
tudo o que haja
seja isso mesmo;
uma luz
perene
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