quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Primavera

Era um dia de sol quando você apareceu
Por acaso, como vem um vento
E tinha olhos
Que mergulhei
Por um segundo

peguei ar

Com pulmões cheios, pisava lento
Como um estranho entra
Em uma nova casa
Onde é visita

Quem mora ali? 
Onde entra luz?
Tive cautela,
Ou era medo?

Era uma nuvem.
Ventos trazem nuvens, como se sabe;
percebi, parei.

Mas fui pisando, um pé aqui e outro atrás;
Meu sol encontrou a luz de seus cômodos
Por relampejos do sentir, fundir;

Inundamos esta nuvem com tanto sol 
que o dia se viu claro
Ameno, primavera;

me permiti entrar

Entrei com o sol,
Entrei com o raio de luz que ultrapassa qualquer nuvem
Raio vindo da fonte;

Difuso
Mormaço 

Mormaço também queima.
Senti algumas queimaduras
Mas eu amo o sol.

Vi novas nuvens
E depois outras
Mas que importam?
Conheci o sol.

De repente, a nuvem choveu
Raiou
Molhou
Doeu

Eu precisava que a nuvem passasse
Para relembrar de um dia de sol
Mas não era só uma nuvem
Dessas de verão

Era nuvem torrencial, das que vem tempestuosas
Muito Intensas,
 porém errantes.


Eu precisava que a nuvem passasse;
Toda nuvem passa;

Mas Você
Era a nuvem.


do mesmo acaso
do vento
Que veio
E foi.

Voltei ao sol.

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