A gente tem que ser grato sim.
A gente tem que ser grato porque não há certo e errado, só tem o que nos faz bem.
E isso pode ser hoje uma coisa que há dois meses era diferente. Não existe nada de errado nisso.
A principio parece confuso, porque “não temos parâmetros”. Como não?! Temos o mais confiável de todos: o estado presente. Como nos sentimos agora. Nossa consciência atual.
A gente tem que ser grato por se sentir perdido, porque é assim que nos encontramos. Essa história de ter certeza é para os cavalos de antolhos. Eles têm certeza que só há um caminho, mas só porque não tem ideia da imensidão à sua volta.
A gente tem que estar incerto mesmo, porque a incerteza nos leva aos riscos. Os riscos nos levam às possibilidades, que nos levam a novos horizontes.
Pode nos levar a um abismo? Sim, podem. Mas também podem nos levar ao paraíso, e nunca saberemos caso não decidamos ir.
Também, eventualmente, o caminho até o abismo seja muito lindo, e teremos apreciado a viagem. A gente entra em pânico quando vê um abismo, mas quem disse que precisamos cair?! Podemos só ver que há um abismo. E voltar. Sempre.
Se viajamos, não ficamos no hotel com medo de conhecer novos lugares. Nós vamos conhecer tudo que pudermos, e não dormir se for preciso. Os passeios não são iguais, despertam coisas diferentes, mas todos são igualmente merecidos e gratificantes, porque todos valeram o conhecimento.
Alguns valem a pena voltar a visitar, outros nem tanto, mas todos valeram a pena ter ido.
A gente tem que ser grato sim, porque temos a oportunidade de conhecer novos lugares, nem que esses lugares sejam dentro de nós, ou nos caminhos que se cruzam a cada dia.
A gente tem que ser grato porque somos livres, e com essa liberdade podemos ir exatamente até onde nos faz bem. No fundo, a gente sempre sabe a dose.
A gente tem que ser grato porque o que está frio esquenta, e o que está quente esfria, e isso mostra como tudo no universo tende ao equilíbrio. Isso é bom. Porque precisamos saber lidar com extremos, mas também precisamos entender que o equilíbrio é inevitavelmente o destino final.
Não existe nada errado. Não existe nada certo. Não existe nada sem razão, nem com completa razão.
Só existe a nossa percepção, as interações e as nossas escolhas.
A gente nunca sabe o que vai ser de hoje, muito menos de amanhã. E não existe nada certo nessa vida.
Exceto a gratidão.
A gratidão está sempre certa.