Entendo que vá cuidar bem dele, ou pelo menos a princípio, ou, no mínimo, é o que eu imagino, uma vez que o conseguiu depois de tanto estudar como obtê-lo.
É, você pensa que eu não percebi, Sr. Ladrão, o quanto foi necessário o tempo, e disfarce, para obtê-lo? Todos sabemos que não o entregaria assim a qualquer um. É necessário roubar? Pois bem.
O senhor o obteve.
Entretanto, devo dizer-lhe que me sinto diferente sem ele na minha vida, ladrão. Será que você não entende? É parte de mim, não me posso separar. E, todavia, o senhor invadiu minha propriedade e o raptou, furtou, roubou, levou-o consigo. Onde estão agora, você e ele? Sinto falta.
Espero mesmo que o senhor saiba da importância de tal feito. Sabia que não é apropriado entrar assim na vida dos outros de tal forma que se deixe a marca, a inegável e atormentante ausência?
Tudo bem, eu compreendo que ele está bem com você.
É aquilo, de superproteção, costume, não sei bem definir.. O senhor sabe bem como é parte de mim, e talvez por esse motivo, ainda que o senhor o tivesse levado, ladrão, ainda o sinto aqui. Firme e forte!
Não tem problema, pode ficar com ele, já que ele está tão bem assim. Não tem problema, uma vez que ainda é parte de mim.
Não tem problema entrar assim na minha vida, ladrão, roubá-lo com tal ousadia e sem permissão, não tem problema.
Não tem problema não pedir para entrar, nem avisar quando sair. Tudo bem se eu ficar com saudade. Nada disso é problema, uma vez que está tão bem.
Mas eu posso lhe fazer um pedido, Senhor Ladrão?
Enquanto você ainda o possuir, promete cuidar bem do meu coração?
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