segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

I'm Not The One

You're way too young to be broken.You're way too young to fall apart.You're way too young to play these games,But you better start.
This is when it starts,From the beating of your heartTill the streetlamps talk to you.
Jumping off of the edge,Oversleeping your head,Everything's turning dark to you.
I went to pick up the parts,The doctor's hiding the charts,He won't let me see this side of you
It's on the tip of my tongue,You know you're way too youngTo have someone lie to you...
I'm not the one, I'm not the one who wants to hurt youYou'd better find somebody else and get a hold of yourselfI'm not the one who wants to hurt you
You're way too young to be brokenYou're way too young to fall apartYou're way too young to play these games,But you'd better start
I forget who you used to be.And I bit my lipThe second you sippedThe poison that was mixed for me.
Drink the poison lightly,'Cause there are deeper and darker things than you.I know 'cause I've been there too.
I know it might seem frighteningTo have the world fall apart right under your shoes.Trust me,You'll make it through.
You'd better find somebody else and get a hold of yourself.I'm not the one who wants to hurt you.


3Oh!3

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Significância

Tudo era tão diferente, estava tão diferente.
Pés, notas, rostos e coisas frisando a cada segundo uma renovada existência. Confusas, as luzes piscavam, estonteantes; finas e despretensiosas, tiras de cores desenhando e redesenhando o semi-escuro do ambiente.

"This is like a flashback, this is like a dream..."

Todos diante do convite do mais hedonístico egoísmo de ser feliz a qualquer custo.
As luzes piscam. Sorrisos apagam e reacendem, olhos reaparecem ora à esquerda, ora à direita.

Tell me if you'll open you eyes...

Mas os olhos viam diferente, então.
As pálpebras optaram por cair suavemente sobre eles, e o sorriso esboçava-se na medida em que as batidas do som confundiam-se com as do coração.

"So I put my faith in something unknown, I'm living on such sweet nothing
But I'm tired of hope with nothing to hold, I'm living on such sweet nothing
And it's hard to learn, and it's hard to love
When you're giving me such sweet nothing"

Não importa mais. O convite foi aceito. Tal proposta revelou-se agradável, afinal.
Não existia mais música, mais coração, era tudo uma só batida. Rostos, olhos, luzes, pés, era tudo uma só realidade. Realidade efêmera, boa, esquisita, divertida, sarcástica. Nova, bem vinda.

Ainda não se sabia bem o que escrever, o que dizer, o que concluir.
Sabia apenas que se estava disposta a vivê-la, e eis que palavras saíram quase que espontaneamente em busca de qualquer significância.

Talvez não sejam necessários motivos ou conclusões. Talvez seja apenas necessário que a realidade se deixe realizar.

sábado, 17 de novembro de 2012

Burns

Ever wonder ‘bout what he’s doing?
Sometimes I think that it’s better to never ask why

Where there is desire there is gonna be a flame
Where there is a flame someone’s bound to get burned
But just because it burns doesn’t mean you’re gonna die
You gotta get up and try,
Gotta get up and try, try, try

Funny how the heart can be deceiving
More than just a couple times
Why do we fall in love so easy
Even when it’s not right?

Ever worried that it might be ruined?
Does it make you wanna cry?

Where there is desire there is gonna be a flame
Where there is a flame someone’s bound to get burned
But just because it burns doesn’t mean you’re gonna die
You gotta get up and try.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A Caixa

Ai, caramba. Chegou uma caixa dos correios. Na verdade, a caixa.
Eu já sabia desde o começo do que se tratava, mas preferia ignorar a sua irreversível chegada, de acordo com a demora que levava recebê-la. É que a ausência dói menos quando ignorada.
A pior ausência de todas é aquela que vai e volta, que fere e cura, que corta e fica. Que rompe as cicatrizes que assiste cicatrizar.
A pior ausência de todas é aquela que queremos negar, a ausência com a vil fantasia de presença, a ausência irônica do que não nos pode deixar.

Pois bem. Hoje recebo em mãos uma enorme caixa que parecia gritar "Eu existo! Eu existo!", ecoando ensurdecedoramente em minha mente, triturando qualquer tipo de pensamento alheio ao acontecimento.
Não poderia mais ignorar a ausência, pois ela estava fisicamente em minhas mãos. Que confusão! Era uma efusão de sentimentos e pensamentos, alegres, tristes, confusos, que se miscigenavam assustadoramente, sem que eu nem mesmo pudesse optar por um caminho de raciocínio lógico determinado a seguir.
Quando percebera, já estava em modo automático abrindo a encomenda, com um fundo de pensamento nostálgico, mais idealizado do que de fato saudosista. A verdade é que o convívio que não tive me fez falta naquele momento, o que era, de certa forma, desanimador.
A sensação de abrir aquele papelão foi única. Era como se, ao romper o lacre, meus pulmões tivessem relembrado o ar do Brasil equatorial, que logo se perdeu no mesmo ar litoral, úmido e tropical de sempre. Conforme ia me desvencilhando das proteções de isopor, fitas e plásticos, sentia o cheiro, o jeito, as coisas do lado de lá. Saudade, com um zeloso carinho. E, Finalmente!, a caixa.

Era, de verdade, muito bonita. Toda feita para mim, a mão, com as minhas coisas, meu nome, meu jeito. Que saudade eu tinha daquelas mãos! Ai, uma foto! O cheiro de verniz... Eu podia me lembrar como se fosse ontem dessas perspectivas: do chão frio, dos pêlos de gato, da brisa da varanda, do barulho de obra, do escritório, do ar condicionado, do colchão da cama, dos armários, e até mesmo da água do filtro. Como se fosse ontem... Quando havia sido a última vez, mesmo? Contar é tolice.
A cada toque, mais uma surpresa, por cada canto cuidadosamente pensado de seu interior, com escritos, lembranças, detalhes, cuidado, amor.  Era inevitável meu sorriso bobo com essa delicadeza, a dedicação... Era inevitável que me sentisse muito bem com tudo isso. Certamente, vou guardar com carinho.

Tendo visto tudo, deixei por ora o presente de lado e fui almoçar. Os pensamentos de antes voltaram a mil. Esse meu lado meio poético me torna uma pessoa louca, com uma tendência esquizofrênica que sabe Deus decifrar. Preciso escrever! Não consigo mais pensar. Eram diversas formas de entender e de interpretar, formas curiosas e insensatas de ver o mundo e não ver o resto.
Essa caixa foi e será para sempre o atormentante alarme de uma ausência, a brilhante lembrança do sentimento que é bom.
Ainda está lá no sofá. Vou buscá-la em breve, optando pelo que nela guardar.
Tudo bem, eu amei o presente. De verdade! Aprecio tudo, desde a montagem, até a finalidade.
Mas quem me dera se dentro dessa caixa me viesse você...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Da Janela

Essa chuva me potencializa uma miscelânea de sensações, como se fosse necessário mais algum estímulo para revelá-las. A verdade é que eu queria estar lá, na praia, esparramada à areia, ou na rua, quando começou a cair - uma adorável surpresa. Há um tempo não experimento a sensação de me banhar na chuva, despreocupadamente, como se sua água lavasse meu âmago, e levasse embora quaisquer resquícios de fatores mundanos, e me deixasse com um interessante vazio, com um quê de curiosidade por um mundo aparentemente novo. Eis a saudade que a chuva me trouxe.

Por qualquer motivo que não me empenhei em decifrar, pus-me à janela. Era interessante enxergar os efeitos repentinos dos pingos nas poças, recém formadas nas calçadas; nos carros; nas pessoas. Era interessante observar tantas vidas que se entrecortam sem mal perceberem, o movimento da cidade, o piscar das luzes, o escorrer das gotas, a vida passar. Tudo isso fazia muito sentido naquele momento, porque era preciso achar sentido em alguma coisa externa - caso contrário, nada mais o faria, visto o turbilhão de insensatezes interiores.

Era a primeira grande injustiça à qual teria de me submeter. Primeira grande conquista. A maior e mais covarde injustiça da minha vida. Primeira de muitas.
Pessoas desprotegidas corriam, na tentativa de escapar do banho, sem êxito. Por que não se deixam logo banhar?
Por que eu não me deixo levar?
Os pingos caíam delicadamente no meu rosto. A chuva fazia sentido. O mundo precisa se molhar. O mundo precisa desaguar.

Os prédios apagavam e reacendiam em suas janelas, pessoas desapareciam e ressurgiam às esquinas, carros iam e vinham, todos iguais, com recheios diferentes.
Eu não vou ser a mesma.

A chuva no meu rosto fazia todo o sentido. Ela vinha de dentro.

Eu precisava desaguar, para entendê-la.

sábado, 15 de setembro de 2012

"Become approachable in everywhere you can, because that is what will make the difference between you actually getting opportunities and people just walking by you the whole time deciding they're never gonna do anything."

M.Hussey.

domingo, 26 de agosto de 2012

Pesadelo

Era como se um dia você tivesse resolvido acordar.
Como se o sol batesse tão forte na janela que a claridade atordoasse as pálpebras enrijecidas. Era como se, finalmente, você as tivesse resolvido abrir.
Era como se a cama pela primeira vez tivesse sido arrumada, como se pela primeira vez quisesse fugir do pesadelo em vez de debater-se, como se enxergasse a luz do dia, como se enxergasse o dia.
Era como se o pesadelo não parecesse mais tão real depois que você abriu os olhos.
Era como se você determinasse o seu próprio rumo.
Era maravilhoso.
Era como abrir os olhos, era como abrir a janela.
Era como descobrir a vida.
Era como sorrir.
Era como viver sorrindo.
Era como viver.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Numbness

Oh, they could've cut my hands off before I had
to throw my heart away
They could've blinded my eyes so that I could not
see my heart bleed when I let love go

Oh, they could've tied me up instead
of letting me try to run away and not be able to
You could have just told me to try not
to mind at all....

Oh, they could have stoppered my mouth before I learned
that wishes do not come true
You could have hacked my legs before I learned what it's like to taste freedom.
You could have petrified my heart before I felt such pain.
You could have caged me, pulled me, pushed me, perforated me.

'Cause anything is better than letting go
Love.

And stand still.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

How Do You Keep The Music Playing?

How do you keep the music playing?
How do you make it last?
How do you keep the song from fading too fast?
How do you lose yourself to someone, and never lose your ways?
How do you not run out of new things to say?
And since we're always changing, how can it be the same?
And tell me how year after year
You're sure your heart will fall apart
Each time you hear his name
I know the way I feel for you
It's now or never
The more I love the more that I'm afraid
That in your eyes I may not see forever..
Forever...
If we can be the best of lovers
Yet be the best of friends
If we can try with everyday to make it better as it grows
With any luck, then I suppose
The music never ends
I know the way I feel for you
It's now or never!
(How do you keep the music playing?)
The more I love the more that I'm afraid
(How do you make it last)
That in your eyes I may not see forever
Forever...
(How do you keep the song from fading, keep the song from fading too fast)
If we can be the best of lovers
Yet be the best of friends
If we can try with everyday to make it better as it grows

With any luck, then I suppose
The music never ends.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Pingos no breu

Em volta, tudo era breu. Dentro da sala, claridade, graças à frágil lâmpada dependurada ao teto. A vidraça, que substituía paredes, refletia o interior da sala, de forma que, ao olhar para fora, não me fosse possível decifrar os mistérios que o anoitecer esboçava.
Do mesmo modo que o fizera durante toda a temporada naquela serra, a chuva caía, dessa vez leve e insistente, bem como sorrateira e insistentemente sempre voltam os velhos hábitos que nos são difícil de desapegar. A chuva provocava as folhas, densamente acomodadas ao redor das vielas e escadas asfaltadas que conduziam à sala, provocava as janelas e também o chão descoberto, com seu contato extenuante - impacto e fluidez.
Eu estava ocupada demais para ir à porta enxergar o que a vidraça refletida queria me omitir. Não cederia à manhas de minha mente curiosa, não levantaria por capricho. Toda vez que o episódio se repetia, redesenhava mentalmente o espaço de acordo com minha lembrança, como que para isentar-me da culpa por não ter ido confirmar tal verossimilhança. Contive-me aos sons. Satisfiz-me em decifrá-los.

Pingos parecem passos. Folhas parecem gente. Reflexos parecem uma realidade que se duplicou. Escuro parece o que se quer que ele pareça. Por alguns momentos tinha certeza de que estava alguém vindo me fazer companhia, ao soar desses passos insistentes sobre gente verde que o vento balançava. Aguardava em meus afazeres, e ninguém vinha.
Pingos eram sempre passos. Por vezes, olhava para as grandes janelas na esperança de ver de quem eram eles, esquecendo-me de que nada podia ver através destas. Assim foi passando o tempo, em suposições e rascunhos de narrativas imaginárias, com vários personagens que poderiam possuir passos à noite, que quebravam as folhas e levavam os galhos na corrente.

Pingos só parecem passos quando se deseja que sejam de alguém. 
De fato. Eu me sentia sozinha.

Dessa vez, ao ouvir passos, eram-me apenas pingos - não virei. Só que pingos não abrem portas. 
Ele entrou na sala com um grande sorriso. Dessa vez eram passos de alguém.
Ele me disse algo, que eu respondi sem fazer muito caso. Ele me estendeu a mão. Passamos pela porta, apagando a luz.
Estávamos a dois, rumo ao breu.

- Nossa, não consigo ver nada, está tudo preto!
- Não tem problema, eu vim por aqui, sei o caminho. Só cuidado pra não tropeçar, mas qualquer coisa, eu estou te segurando.
- Deixa só eu abrir o guarda-chuva.
- Não, não precisa, a chuva parou faz um tempo, não percebeu?

Não tinha percebido. Pensei que apenas estava bem sucedida em ignorar passos inconcretos.
E fomos os dois, de mão dadas, frente ao meu desconhecido. A vidraça, agora, não refletia mais nada, posto que dentro da sala não havia mais luz. A vidraça não existia mais. Para trás, tudo era apenas breu, e o breu absorveu os nossos passos, gente verde, o chão e os pingos, o breu engoliu tudo.
Até que seguimos o nosso caminho, e o breu virou estória.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Tecendo a Manhã

"Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzam
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma tela tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
 (a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão"..


-João Cabral de Melo Neto

quinta-feira, 21 de junho de 2012

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Eu vou ser franca. Nunca pensei que a essa altura do campeonato estaria como estou.
Diante de todas as tarefas e problemas que me colocam, eu estou bem tranquila! Encarando de frente o que me encara de frente, e me preparando pros vultos que estão por vir. Sem correr ou sem parar, encarando e seguindo em frente, basicamente.
Ok, estou me preocupando também, mas ligeiramente apenas.... O estresse não vale tanto a pena assim para muitas das coisas, descobri. Tento ajudar como eu posso. Tento resolver as minhas coisas como eu posso. Sou feliz como posso. E de resto, os vários problemas insolucionáveis, metas longínquas e dificílimas, sonhos frustrados, perguntas difíceis a uma leiga, futuros do pretérito...? Sinceramente, estou cagando <3


E já dei descarga.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Manifesto, por Um Cidadão

- Ah, santa hipocrisia... Maledicência, infâmias!
Desacato! Imprudência! Ah, moleca sagaz!
Volta aqui... Tu que me disseste que deve-se atender aos chamados, tu que falas mal do ausente, tu que tanto tens o que dizer! Tu que falas, entretanto, mentiras, porque não és fiel a ti mesma!
A ti chamo e sabes que a mim pertence, ah, garotinha que mal enxergo por insensata pequenez...
Moleca de extrema imprudência, para de esconder-te nas vielas do mundo, para agora de rir-te da minha busca malsucedida!
Palavra, bendita, como te quero!

domingo, 13 de maio de 2012

E, dessa vez, não é tarde demais para recomeçar.
Não é tarde demais para tentar de novo, e sempre e mais uma vez que tudo tenha dado errado
E levantar da queda, de joelhos ralados, e tentar correr,
Tentar enxergar o que nos bloquearam
E não é tarde demais para sonhar de novo e desmentir os mentirosos
É cedo demais para pensar que não tem mais jeito.
É cedo demais para desistirmos de cair
Somos jovens demais para desistir.
Ainda temos todo o tempo do mundo,
temos uma vida inteira
Somos jovens demais para enrugar-nos.

You Are Young


Fearfull child have faith in brighter days
Stay home till this darkness fades away
Lie still beside me
I'll hold you now I'll hold you forever
Winter's hand will freeze your heart again
Doors will close, no time to start again
Nothing is given except the ties that hold us together.
Lay down your load
'cause everyday it's gonna grow
And bask in the sunshine
Try to pay no mind, try to pay no mind at all
To all the things that you don't know
You've got time to realize
You're shielded by the hands of love
'Cause you are young
Fading light may make a fool of me
Courage fails, strengths slip away from me
Lie still beside me
And hold me now and hold me forever
Lay down your load
'Cause everyday it's gonna grow
These days are sacred
Hey now, don't be scared, baby, dont be scared at all
Of all the things that you don't know
You've got time to realize
You're shielded by the hands of love
'Cause you are young
You've got time you gotta try
To bring some good into this world
'Cause you are young, 'cause you are young

-Keane

sábado, 12 de maio de 2012

Felicidade é poder sentir, é poder viver sem que o tempo passe por um minuto,
Felicidade é sorrir e deixar passar, é esperar o que há de novo
Felicidade é sentir de novo.
Felicidade é dormir sem preocupações,
é levantar sem entender nada, e não ver problemas
Felicidade é poder abrir a janela em um dia de sol,
sem que saiba para onde ir, o que fazer, o que será da vida amanhã.
Felicidade é poder amar, é não ter relógio, é não ter boca e nem palavras,
Felicidade é esperar o tempo passar e este nem mesmo existir.
Felicidade é não ter olhos e não ver,
Felicidade é ser de sabão e pipocar como bolhas no ar
Felicidade é não ter papéis na porta nem lista de chamadas
é acordar num sonho onde problemas não existem
Felicidade não é o perigo, é a aventura.
Felicidade não é a cobrança, é a vontade e a escolha.
Felicidade é poder escolher o que fazer e o que ser.
Felicidade é se encontrar em meio a tudo o que esconde.
Felicidade se encontra, felicidade se busca.
Ela está bem ali, no horizonte,
acenando a um corajoso corredor.



Ande, antes que o sol se ponha e já não se veja mais nada.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

On My Way

Tell everybody I'm on my way
With blue skies ahead, yes

I'm on my way
And there's nowhere else
That I'd rather be

Tell everybody I'm on my way

And I'm loving every step I take
With the sun beating down, yes
I'm on my way
And I can't keep this smile off my face
And the stories that we tell will make you smile
Oh it really lifts my heart

So tell them all I'm on my way
And to sleep under the stars

Who could ask for more
With the moon keeping watch over me
Not the snow, not the rain

Can change my mind
The sun will come out, wait and see
And the feeling of the wind in your face
Can lift your heart
Oh there's nowhere I would rather be

'Cause I'm on my way now, well and truly


Tell everybody I'm on my way

And I just can't wait to be there
With blue skies ahead, yes
I'm on my way
And nothing but good times to share

So tell everybody I'm on my way

And I just can't wait to be home
With the sun beating down, yes
I'm on my way
And nothing but good times to show
I'm on my way

Yes, I'm on my way



And there's nowhere else I'd rather be ♥

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Trecho de Uma Conversa Qualquer.

"_____ diz (19:50)
como lida com gente que gruda demais? porque eu sei que você é pisciana igual a mim e é de todos e de ninguém ao mesmo tempo -q

Julia . diz (19:50)
IAUSHDIASUHDIASHDUSHD
depende,
que tipo de grude? (...)

_____ diz (19:52)
grude quando é inconveniente. quando a pessoa passa dos limites.
quando acha que amizade ou o que quer que seja tem que ser 24 horas por dia 7 dias por semana

Julia . diz (19:52)
ahh
eu me irrito mt
HAHAHAHA
eu dou a entender que é chato
que vc nao precisa estar sempre pra ser.
e que quando tá sempre, é pq na ausencia nao consegue existir
logo, nao existe
entedeu....?
ahahahah
MUITO FILOSÓFICO

____ diz (19:53)
não entendi a parte da ausencia kk
mas entendi a sua atitude em relação a isso

Julia . diz (19:53)
tipo
se vc precisa estar do lado para ter algum significado
na ausencia vc nao é nada
e como na ausencia vc se torna o que eu acho ou sinto de vc (o que ficou),
vc mesmo na presença pra mim vai continuar sendo nada, só parece ser..
entendeu ?
hahahaha

____ diz (19:54)
uaaau
que incrivel

Julia . diz (19:54)
HAHAHAHAHAH
NÉ."




Não é mesmo incrível como trechos de vida contam tanto sobre nós?

domingo, 22 de abril de 2012

Pus o meu sonho num navio.

    Pus o meu sonho num navio
    e o navio em cima do mar;
    - depois, abri o mar com as mãos,
    para o meu sonho naufragar.
      Minhas mãos ainda estão molhadas
      do azul das ondas entreabertas,
      e a cor que escorre de meus dedos
      colore as areias desertas.
        O vento vem vindo de longe,
        a noite se curva de frio;
        debaixo da água vai morrendo
        meu sonho, dentro de um navio…
          Chorarei quanto for preciso,
          para fazer com que o mar cresça,
          e o meu navio chegue ao fundo
          e o meu sonho desapareça.
            Depois, tudo estará perfeito:
            praia lisa, águas ordenadas,
            meus olhos secos como pedras
            e as minhas duas mãos quebradas.

          (Cecília Meirelles)

          sábado, 21 de abril de 2012

          Check

          I wanted to tell you how I am feeling, but I couldn't find words that fitted.
          I wanted to tell you what I was feeling, but the words I said were not enough.
          I wanted to make every morning perfect, but I found out somehow sun does not always shows up early.
          I wanted to make nights perfect, but I found out somehow things do not always end up as well as they started.
          I wish I could savvy my thoughts and master my mind,
          I wish I could close my eyes and believe
          I wish I could listen and you do not deceive
          I wish I made sense to me and it made sense to be
          And anyhow still
          I wanted to thank you for filling when I gapped it
          I wanted to show you I was also wrong
          And I wanted to be right, being so wrong
          Now I'm just sorry for breeding a sorrow
          That is way too smart at hide and seek
          I am sorry, even if you never listen, even if you never understand it, even if I never say it
          I am sorry and I try
          I swear I try to get that queen's golden crown back
          And never let this giant, blind and bold sorrow
          Checkmate.

          sexta-feira, 6 de abril de 2012

          Pedaço de Mim

          Oh, pedaço de mim
          Oh, metade afastada de mim
          Leva o teu olhar
          Que a saudade é o pior tormento
          É pior do que o esquecimento
          É pior do que se entrevar

          Oh, pedaço de mim
          Oh, metade exilada de mim
          Leva os teus sinais
          Que a saudade dói como um barco
          Que aos poucos descreve um arco
          E evita atracar no cais

          Oh, pedaço de mim
          Oh, metade arrancada de mim
          Leva o vulto teu
          Que a saudade é o revés de um parto
          A saudade é arrumar o quarto
          Do filho que já morreu

          Oh, pedaço de mim
          Oh, metade amputada de mim
          Leva o que há de ti
          Que a saudade dói latejada
          É assim como uma fisgada
          No membro que já perdi

          Oh, pedaço de mim
          Oh, metade adorada de mim
          Leva os olhos meus
          Que a saudade é o pior castigo
          E eu não quero levar comigo
          A mortalha do amor
          Adeus



          (Chico Buarque)

          terça-feira, 3 de abril de 2012

          O Sonho

          Era uma vez um rapaz, que tinha um sonho de mudar o mundo.
          Achou que o sonho era grande demais (convenceram-no disso), então resolveu sonhar em construir um robô. Talvez o robô pudesse mudar o mundo.
          Não sabia construir um robô, e por isso se dedicou aos estudos...
          Ele estudou, comeu, estudou, cresceu, estudou, e nisso esqueceu que tivera um dia um sonho; trabalhou muito, estudando e trabalhando, e envelhecendo, quando já estava cansado demais para construir um robô.
          E então deixou a todos nós, porque já havia tido seu robô, havia sido seu robô.
          Bem... Missão cumprida?

          quinta-feira, 29 de março de 2012

          Eu queria dizer que te amo...

          Eu queria dizer que te amo.
          Te lembrar de que sinto saudades,
          que imagino como seria se tivesse convivido
          suficiente com você

          Queria ignorar que o telefone não toca,
          cartas não chegam, fotos não bastam
          Queria saber como anda você.

          Queria dizer sempre e mais uma vez
          o quão especial você sempre foi,
          o que a ausência não é capaz de apagar...

          Eu só queria te lembrar que eu te amo.
          Mas não sei se aguentaria receber apenas
          mais um Eu Também
          E nada mais,
          nunca mais.

          quarta-feira, 28 de março de 2012

          Se Passa Adiante

          "Recentemente fui à cidade e peguei um táxi com um amigo meu. Quando chegamos, meu amigo disse para o motorista: “Muito obrigado, você guia muito bem.”
          O motorista do táxi ficou estupefato, por um segundo. Então, disse: “Está querendo me gozar, meu chapa?”
          “Não, meu caro, de jeito nenhum. Admiro a forma como você consegue ficar calmo no meio desse trânsito todo.”
          “Falou”, disse o motorista, e foi embora.
          “Mas, que conversa era essa?!” indaguei, meio perplexo.
          “Estou tentando trazer o amor de volta”, disse ele. “É a única coisa que pode salvar essa cidade.”
          “E como é que um homem só, pode salvar essa cidade?”
          “Não é um homem só. Acho que fiz esse motorista de táxi ganhar o dia. Suponha que ele vá pegar mais uns 20 clientes. Vai ser simpático com eles, porque alguém foi simpático com ele, também. Aí esses clientes vão ser mais amáveis com os seus empregados, com os balconistas das lojas, até mesmo, com seus próprios parentes. Estes, por sua vez, serão mais simpáticos com as outras pessoas.
          “Eventualmente, essa atmosfera de boa vontade pode se alastrar e atingir, pelo menos, umas mil pessoas. Nada mal. Não acha?”
          “Mas, você está dependendo desse motorista, para transmitir sua boa vontade aos outros.”
          “Não estou”, disse meu amigo. “Estou ciente de que o sistema não é infalível. Hoje, sou capaz de contatar com 10 pessoas diferentes. Se, em cada 10, conseguir fazer três felizes, então, posso acabar influenciando, indiretamente, o comportamento de três mil pessoas ou mais.”
          “Parece boa idéia”, admiti, “mas, não estou certo de que dê resultado.”
          “Se não der, não se perde nada. O fato de dizer àquele homem que estava fazendo um bom trabalho não me roubou tempo nenhum. Qual o problema, se ele não ligou? Amanhã, haverá outro motorista de táxi para eu elogiar.”
          “Acho que você está meio pirado”, disse eu.
          “Isso demonstra o quanto você se tornou cético. Fiz um estudo a esse respeito. Por exemplo: que é que falta, além de dinheiro, evidentemente, aos empregados dos correios? É que alguém lhes diga que estão fazendo um bom trabalho.
          “Mas, eles não estão fazendo um bom trabalho!”
          “Eles não estão fazendo um bom trabalho, porque sentem que ninguém se interessa se fazem ou não. Por que é que ninguém lhes faz um elogio?”
          Estávamos passando por um prédio em construção e cruzamos com cinco operários que estavam de folga. Meu amigo parou. “Vocês têm feito um excelente serviço. Deve ser um trabalho difícil e perigoso.”
          Os cinco homens olharam-no, meio desconfiados.
          “Quando é que esse prédio vai ficar pronto?
          “Em outubro, resmungou um deles.
          “Ah! Isso é fantástico. Vocês devem estar bem orgulhosos!”
          Afastamo-nos. “Não conheço ninguém como você!” disse-lhe eu.
          “Quando esses homens pensarem nas minhas palavras, vão se sentir muito melhor e a cidade vai se beneficiar da felicidade deles.”
          “Mas, você não pode fazer isso sozinho!” protestei. “Você é apenas um!”
          “O mais importante é não nos deixarmos desencorajar. Não é fácil fazer com que os habitantes da cidade voltem a serem amáveis, mas se conseguir convencer outras pessoas a aderirem a minha campanha...”
          “Você acaba de piscar o olho a uma mulher bem feiosa”, disse eu.
          “Eu sei”, replicou. “Se ela for uma professora, os alunos vão ter um dia fantástico.""

          (Art Buchwald - Condensada de “Los Angeles Times”.)

          sexta-feira, 23 de março de 2012

          A Triste História Do Ponto Final

          Era uma vez um ponto final...



          Ele morreu,
          mas ninguém nunca se deu conta de que a história acabou!

          Lista de Compromissos para 2012;

          Mais um ano letivo à frente, desta vez aquele definitivo. Sim, o tão falado terceiro ano.
          Decisivo pelo vestibular, faculdade, carreira, e portanto, vida; pelo último ano para aproveitar o ambiente escolar, com professores, alunos e inspetores legais ao redor; pelas várias festas; amizades que ficarão pós-vida-escolar.
          Enfim, é um ano decisivo e, portanto, nossos queridos adultos do mundo e, dentre eles -ok, a maioria deles-, os nossos professores, decidiram nos dar uma dica de como aproveitar bem uma rotina, sem cair na rotina. Isto é, para você que está perdido em frente a uma gama de opções e cobranças, saiba o que fazer.
          Descobri que vestibulando deve:

          - Revisar toda a matéria dada no dia
          - Fazer todo o dever de casa e ainda os exercícios semanais valendo nota
          - Manter as amizades, porque não se deve deixar morrer aquilo que você demorou tanto pra construir, e vale tanto pra você
          - Fazer novas amizades, inclusive, porque nunca é tarde demais para encontrar mais um amigo pra vida toda
          - Não deixar a matéria acumular. Vai chegar uma hora que você não vai mais conseguir dar conta da bola de neve!
          - Nunca chegar atrasado na escola. No dia do vestibular, um minuto é suficiente para não fazer a prova.
          - Fazer as suas atividades, como dançar, jogar bola, correr, ir pra academia... Você precisa relaxar!
          - Dar atenção para a sua família. Você não quer ser ausente às pessoas que mais te amam, né?
          - Escolher a sua carreira certeiramente. Ninguém pode se dar o luxo de perder anos de vida porque descobriu que a faculdade que fez não é realmente o que quer.
          - Tire todas as suas dúvidas. O detalhe que você não entendeu pode te desclassificar em uma prova.
          - Não deixe tudo uma bagunça! Mostre responsabilidade ao arrumar o seu quarto, cumprir horários com seus pais, lavar o pratos. Ano que vem você estará na faculdade!
          - Ir bem em testes e simulados. Se você não vai bem nem na escola, vai passar no vestibular?
          - Continue indo às festas. Não deixe um ano estragar a sua vida social.
          - Não se deixe levar pelas opiniões alheias. Pondere sempre.
          - Não seja preguiçoso. Use seu tempo de maneira produtiva.
          - Durma bem. Ninguém quer chegar ao fim do ano, a época mais importante, cansado.
          - Pense na comemoração do final do ano, como viagens e formaturas: não são coisas simples que se arrumam em cima da hora.
          - Não esqueça das datas importantes, como aniversários e compromissos, as pessoas ficam chateadas se você esquecer delas.
          - Cuide do seu cachorro, gato, hamster, passarinho: caso contrário eles não vão entender se você ainda os ama.
          - Saia com o seu namorado, arranje um namorado, ou peguete, tanto faz. Você precisa se permitir aos relacionamentos, para sair do foco da escola.
          - Mantenha o foco na escola. Se distrair é um passo para ignorar de vez.
          - Não deixe que a pressão te enlouqueça. Tranquilidade e controle é a chave para o sucesso.
          - Seja você mesmo. Pessoas manipuladas não alcançam o seu sonho.
          - Faça o que você gosta. É importante cuidar do seu bem-estar.
          - Não esqueça de se cuidar. Uma aparência desleixada é sempre ruim!
          - Não esqueça de ser simpática com o porteiro. Gentileza gera gentileza.
          - Nunca deixe a cobrança te deixar de mal humor;
          - Mantenha tudo em dia.
          - E não esqueça de ser feliz.
          Vai!!!


          E não esqueça de aprender a multiplicar o tempo, e desfazer paradoxos.
          Feliz 2012.

          quinta-feira, 1 de março de 2012

          Um fim de tarde

          Ela estava no seu quarto, seu próprio quarto. Seria uma tarde qualquer, se não fora a sua ansiedade, por tantas coisas que nem mais saberia citá-las todas -sim, ela às vezes sentia-se ansiosa, sem motivo, ou seria também qualquer motivo uma razão para uma possível ansiedade-, e a sua concomitante preguiça de fazer o que deveria. Eventos fora da rotina conferem a essa tarde um quê de destaque. Veja, a rotina não admite ansiedade, muito menos preguiça.
          Deveres, deveres, blá, blá, blá. Não.

          O sol castigava lá fora, de modo que o ar condicionado já estava a postos, rangendo hora ou outra, e passatempos infantis preenchiam o tempo em que se travava em sua mente o fervoroso debate sobre a tomada da mais importante decisão: o que fazer naquele momento.
          Entenda que ela ama música. Entenda que dentro dela borbulhava uma ardente decepção, daquelas recentes, enquanto não se sabe ao certo se é preferível aceitá-la, revoltar-se, ou simplesmente cegar-se a ela. Levantou-se e ligou o som. Nada como ouvir as frases que queria, dessa vez fora de sua mente e ditas por este cantor.

          Abrindo o armário, como que mecanicamente, naqueles momentos em que - talvez na ausência de ideias- não se sabe por que decidir, começa a mexer nas gavetas, cabides, roupas.
          Minutos depois o chão estaria coberto das suas várias roupas preferidas, minutos depois estaria sentada junto a elas separando-as em pilhas, esquecendo, quem sabe, seus afazeres, sua ansiedade, sua preguiça, a hora, e até mesmo a sua decepção.

          Seu quarto era uma combinação perfeita entre os sutis detalhes que deixam um fim de tarde agradável. Pela janela via um azul bonito, e umas nuvens bem macias e reflexos bem cegantes em todas as pinturas claras de prédios ao alcance de sua visão; o ar fresco que a tecnologia lhe permite desfrutar; músicas animadas que o random insistia em trazer; roupas e suas cores ao chão. Ela ao chão, junto às roupas. O som estava mais alto, agora.

          Criou-se então em sua mente uma nova cena. Para ela era fácil transferir-se de realidade - todos sabemos como a em que estamos é monótona, às vezes -, e foi o que fez. Não era necessário fechar os olhos para imaginar que todas as roupas seriam novas, que o ar condicionado teria aquele cheiro bom de ar condicionado, que sua cama na verdade eram pufes enormes e confortáveis de uma loja bem bacana, que a música era na verdade tocada pela moça do caixa da loja em que estava, porque sim, estava agora em uma loja de roupas.

          A loja era dela. E as roupas também. Só que faltava um detalhe... Onde está o cheiro de loja? Borrifou alegremente uma ou duas vezes um perfume agradável, mas ao mesmo tempo divertido, e continuou a arrumar as pilhas de roupas. Ela se perdeu na imaginação, em tudo, inclusive no tempo, este que, inconveniente, obrigou-a a voltar à sua monótona realidade de antes. Estava atrasada, para variar. Guardou rapidamente seus pedaços de sonho nas gavetas, nos cabides, na caixa de perfume e nos fios desplugados, e foi embora.


          O fim de sua tarde havia sido tão bom, que só quando lhe cumprimentou o sono, voltou ao seu quarto, quando pôde sentir o aroma levemente doce do que em algum momento daquele dia havia sido uma loja. O perfume havia ficado, mas o sol já tinha ido embora e o quarto estava escuro. Nessas horas ela era mais lúcida: Eu tenho dezessete anos e brinquei de loja. Borrifei o meu perfume no ar. Qual o meu problema? Saiu do quarto com as luzes apagadas, e, andando pelo corredor, buscando o interruptor para acender as suas luzes, jogou fora a lucidez. Vendo-se no espelho, agora iluminado, Não. Não é um problema.

          Seus cabelos cobriam levemente o rosto quando balançava negativamente a cabeça, abaixou o olhar para as suas unhas recém e bizarramente pintadas, e chegou à veemente conclusão de que não era um problema brincar de loja nem borrifar seu perfume no ar, simplesmente para sentir o aroma doce que emanava aquela loja. Ela tinha um problema antes de fazê-lo. Ela tinha alguns problemas, antes de deixar-se levar pela aleatoriedade daquela tarde quente e azul, mas eles foram embora por um bom tempo.

          Não é um problema ser criança de vez em quando, não é um problema nem mesmo fazer algumas idiotices, não é um problema fingir não estar vendo a realidade passar, de vez em quando. Principalmente quando você teve alguma decepção. Principalmente porque você pode aprender a congelar a sua realidade por uns instantes. Não é um problema ser você mesmo e fazer o que quiser, principalmente quando ninguém está olhando, e ninguém vai te julgar. Não é um problema ser de novo criança, e ser de novo feliz. Até porque, no fundo, você nunca deixou de ser nenhum dos dois.

          terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

          A vida é justa...

          O mundo é cão. A vida é injusta. Conforme-se.

          Fácil de dizer quando alguém se encontra frustrado com um acontecimento qualquer, ou mesmo como advertência para o futuro.
          Não acho que a vida seja injusta, ou o mundo seja cão. Nem mesmo quando se sofre, nem mesmo quando se paga. Nem mesmo quando forças maiores submetem alguém a fazer o que não gostaria, ou não merecia - ou não fazer o que merecia, enfim. Submetem alguém ao desagradável.

          "Por que isso aconteceu? Não é justo!"
          "A vida não é justa, querida."

          Quão prático culpar a vida pela injustiça.
          Quando somos nós que a impregnamos com o egoísmo, avareza, rancor e inveja, é realmente confortável apoiar-nos no alicerce do senso comum, de que o mundo é assim simplesmente por que é. A vida é injusta. Conformemo-nos e adaptemo-nos.
          Não.

          O mundo tornou-se cão. A vida torna-se injusta.
          O mundo era apenas o Mundo. E a vida, apenas a Vida. Eis que nós somos os responsáveis por intoxicar nosso meio com tudo aquilo que trazemos de ruim conosco.
          Contrariando o clichê, nós somos os injustos e nós somos os cães. Nós somos aqueles que não ouvimos o outro lado e tomamos decisões parciais. Injustiça. Nós somos aqueles que alimentamos a carnificina da busca pelo sucesso, a qualquer custo, agindo como feras, selvagens, sem ligar para quem nos cerca. Como eufemismo, cães.

          Não acredito mais no que me dizem. Falam muita bobagem por aí.
          É, às vezes muita coisa dá errado. Poderia não dar, talvez não devesse dar.
          Para atenuar a frustração, é-me dito, É assim mesmo, a vida é injusta. Uma justificativa? Um consolo?
          Discordo silenciosamente.
          Não, a vida não é injusta. Injusto foi quem fez aquilo. Cão foi quem agiu assim. Injustos, todos esses que fazem de suas vidas injustas. Cães, todos aqueles que lidam com cães, ou como cães, em um mundo que torna-se cão.

          Não acredito no que me dizem, porque o que dizem promove certo grau de conformidade com o que está errado.
          Não acredito no que dizem, porque não são capazes de assumir a culpa pelos erros. Tenho pena do mundo, e tenho pena da vida. Não só porque abrigam cães e injustos, mas porque levaram a culpa da destruição que não são capazes de realizar.
          Não acredito mais no que dizem por aí, principalmente porque são eles os injustos, e são eles os cães. E cães não falam.