domingo, 12 de dezembro de 2010

Purity

Rompera seu casulo há pouco.
A pequena borboleta voava,
perambulava e saçaricava de flor em flor
Rodopiava, batia as belas asinhas, deixando cair pouco do seu colorido pó.

Era todo dia a mesma coisa,
saía para o jardim, para as flores,
e pelo jardim, pelas flores, continuava a sair.

Ela era tão jovem. Se maravilhava pelas violetas, margaridas, lírios, rosas.
Sempre era sol em seu mundo de cores e perfumes.
Ela não se preocupava. Faria para sempre seu lindo e particular espetáculo às flores. Não se preocupava - não havia por que se preocupar.

Costumava ser aquela desprezível lagartinha.
Já que foram-lhe dadas asas, para que parar de voar um momento sequer?
A linda e colorida borboleta era ainda jovem, desconhecia até mesmo sua inocência e ingenuidade.
Nunca pararia, porque nunca haveria de cansar.

A borboleta viveria para sempre.
Sua infinita vida seria para sempre colorida, desprecavida, perfumada.
A borboleta seria para sempre linda, rodopiante, ingênua.
Ela nunca pararia, nunca se procuparia.
Seria para sempre jovem. Para sempre livre. Para sempre feliz.
Para sempre, inocente.

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